Sunday, August 27, 2006

Histeria

O termo "histeria" foi cunhado por Hipocrates, sendo proveniente do termo grego "hysterikos", que significa útero. Histeria referia-se a condição peculiar em que mulheres se encontravam quando líquidos provenientes do útero alcançavam o cérebro, devido a movimentos irregulares do sangue, causando um certo tipo de inquietação.

No século XIX a histeria era associada a uma insatisfação sexual, portanto o tratamento designado consistia em levar a mulher ao orgasmo. Diferentes aparelhos e práticas existiam para tanto, e culminaram com a criação do popularmente conhecido "consolo".

Remember the 5th of November

Remember, remember, the 5th of November
The Gunpowder Treason and plot ;
I know of no reason why Gunpowder Treason
Should ever be forgot.

Guy Fawkes, Guy Fawkes,
'Twas his intent.
To blow up the King and the Parliament.
Three score barrels of powder below.
Poor old England to overthrow.
By God's providence he was catch'd,
With a dark lantern and burning match

Holloa boys, Holloa boys, let the bells ring
Holloa boys, Holloa boys, God save the King!

Hip hip Hoorah !
Hip hip Hoorah !

A penny loaf to feed ol'Pope,
A farthing cheese to choke him.
A pint of beer to rinse it down,
A faggot of sticks to burn him.
Burn him in a tub of tar,'
Burn him like a blazing star.
Burn his body from his head,
Then we'll say: ol'Pope is dead.


"Remember Remember" refere-se a Guy Fawkes, quem no dia 5 de Novembro de 1605 foi pego tentando explodir o Parlamento inglês. Guy Fawkes foi julgado como traidor e condenado à execusão, sendo enforcado e esquartejado, para mostrar à população a gravidade do crime de traição. A partir do ano seguinte tornou-se tradição o rei ou o parlamento proferir um sermão para comemorar o evento. Essa prática, assim como a rima, seriam para que o crime jamais fosse esquecido. "Remember , remember the 5th of November". Serve como um aviso às novas gerações de que a traição jamais será perdoada.

(*) o termo "guy" do inglês teve sua origem como uma referência a Guy Fawkes. Inicialmente tinha uma conotação negativa que foi perdendo ao longo do tempo...

Wednesday, August 23, 2006

Sonhos

(...) Na Antigüidade clássica dava-se grande importância aos sonhos, como forma de prever o futuro; mas a ciência moderna nada quis com eles, passando-os à superstição, declarando-os processos puramente 'somáticos' - uma espécie de crispação de uma mente que de outra forma está adormecida. Afigurava-se inteiramente inconcebível que qualquer um que houvesse realizado um trabalho científico sério pudesse aparecer como um 'intérprete de sonhos'. Mas desprezando a excomunhão lançada contra os sonhos, tratando-os como sintomas neuróticos inexplicados, como idéias delirantes ou obsessivas, descurando de seu conteúdo aparente, e fazendo de suas imagens componentes isoladas temas para associação livre, a psicanálise chegou a uma conclusão diferente. As numerosas associações produzidas por aquele que sonhava levavam à descoberta de uma estrutura de pensamentos que não pode mais ser descrita como absurda ou confusa, que se classificava como um produto psíquico inteiramente válido, e do qual o sonho manifesto não passava de uma tradução distorcida, abreviada e mal compreendida, e na sua maior parte uma tradução em imagens visuais. Esses pensamentos oníricos latentes encerravam o significado do sonho, enquanto seu conteúdo manifesto era simplesmente um simulacro, uma fachada, que poderia servir como ponto de partida para as associações, mas não para a interpretação.
(Um estudo autobiográfico, Sigmund Freud)

Wednesday, August 02, 2006

poemas prosaicos

Por quê não homenagear também os poetas da atualidade? Poetas que não fogem ao impulso inerente de escapar do prosaico, mas dirigem-se em direção a ele, não como subterfúgio, mas o tornando cerne e sumo de sua retórica. Em meus devaneios deparei-me com duas poesias assaz interessantes, de dois poetas, adversos e acredito, ignotos. Transcrevo-os abaixo:

CRIME AO NADA
(Junia Mortimer)

Morri ontem, e só hoje vi que não deixei
centavo de honra
real de sonho
milhar de prosperidade

Morri ontem, e só hoje olhei o áspero do tronco daquela amendoeira
Só hoje saboreei o cheiro do gosto da canela azeda
Só hoje, não ontem, senti o laranja do vento de a vida continuar em punho nas tardes de maio, nos crespúsculos de junho

Casei-me anteontem, sem dotes
Morri ontem, sem herança
Acordei hoje, sem paraíso

Para quem se interessar, que aos meus, duvido, possa,
tudo que fiz, no nada de sempre querer fazer,
está na segunda gaveta da minha escrivaninha, trancada com chaves que eu esqueci onde as coloquei.

Uma pena...
ah, esses dias de porre!





LUA DE LEÃO
(Sandra Duarte Penna)

ele me que moldável tratável mensurável
frágil? eu sou ágil e posso ressurgir das cinzas.
ele me quer adestrável dirigível decifrável disponível?
me indisponho e disponho de mim a meu
modo. ele me quer redutível subordinável
acessível? jogo minhas pernas em grand-jeté
à distância, lonjura sem juras, sutil
injúria. entre lagarta e borboleta
me defendo.

Tuesday, August 01, 2006

proposições não subsumíveis

(...) aglomeados de proposições não subsumíveis a nenhuma série. (1)

(1) A famosa classificação de Borges que inspira Foucault subsume todos os itens de sua enumeração à categoria "animais", destruindo a priori na semiose toda a incompatibilidade classificatória que apresenta desde a perspectiva mimética. Neste sentindo, é útil distinguí-la da série proposta por Eustenes, que se subsume sob a letra A.

(Myriam Ávila, Fora da sentença: Hölderlin, Carroll e Lear)