Ignoramus et ignorabimus (lat. "Wir wissen es nicht und wir werden es niemals wissen") ist ein Ausspruch des Physiologen Emil Heinrich du Bois-Reymond, der bekannt geworden ist als ein Ausdruck der Skepsis gegenüber den Erklärungsansprüchen der Naturwissenschaften.
Welche denkbare Verbindung besteht zwischen bestimmten Bewegungen bestimmter Atome in meinem Gehirn einerseits, andererseits den für mich ursprünglichen, nicht weiter definierbaren, nicht wegzuleugnenden Tatsachen 'Ich fühle Schmerz, fühle Lust; ich schmecke Süßes, rieche Rosenduft, höre Orgelton, sehe Roth ...' (Lit.: du Bois-Reymond, 1872)
Qual a imaginável ligação, por um lado, entre certos movimentos de determinados átomos em meu encéfalo, e por outro lado, para mim original, não mais definível, os fatos repudiados 'Eu sinto dor, sinto prazer; Eu sinto o doce, o perfume de rosas, escuto órgão, vejo o vermelho...'
Lit.: du Bois-Reymond, 1872, tradução: LEo)
To see a world in a grain of sand and heaven in a wild flower Hold infinity in the palms of your hand and eternity in an hour (William Blake)
Friday, June 30, 2006
Wednesday, June 28, 2006
errant knight
I thought of myself as a species of knight errant attacking dragons single-handedly and rescuing musical virtue in distress.
--Virgil Thomson--
--Virgil Thomson--
Friday, June 23, 2006
dog's life
Did you ever walk into a room and forget why you walked in? I think that is how dogs spend their lives.
--Sue Murphy--
--Sue Murphy--
Thursday, June 22, 2006
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicídio,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
A vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicídio,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
A vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Samba da Bênção
"Sofrer é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter algo além da beleza. Qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudades. Um molejo de amor machucado e uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher, feita apenas para amar e pra sofrer pelo seu amor. E para ser só perdão.
Feito essa gente que anda por ai brincando com a vida. Cuidado, companheiro, a vida é pra valer e não se engane: tem uma só. Mais de uma vida, que é bom, ninguém vai me dizer que tem, sem provar. E muito bem provado. Com certidão passada em cartório do céu e assinado em baixo: Deus. E com firma reconhecida!
A vida, amigo é a arte do encontro. Embora haja tanto desencontro nessa vida. Assim como uma mulher a sua espera com os olhos cheios de carinho e as mãos cheias de perdão. Ponha um pouco de amor na sua vida."
(Vinícius de Morais)
Feito essa gente que anda por ai brincando com a vida. Cuidado, companheiro, a vida é pra valer e não se engane: tem uma só. Mais de uma vida, que é bom, ninguém vai me dizer que tem, sem provar. E muito bem provado. Com certidão passada em cartório do céu e assinado em baixo: Deus. E com firma reconhecida!
A vida, amigo é a arte do encontro. Embora haja tanto desencontro nessa vida. Assim como uma mulher a sua espera com os olhos cheios de carinho e as mãos cheias de perdão. Ponha um pouco de amor na sua vida."
(Vinícius de Morais)
Thursday, June 08, 2006
Um romance não escrito
Uma tal expressão de infelicidade era bastante em si mesma para fazer o olhar deslizar pela beira do papel até o rosto da pobre mulher - insignificante sem aquela expressão, quase um símbolo do destino humano com ela. A vida é o que você vê nos olhos dos outros; a vida é o que as pessoas aprendem e, tendo aprendido, nunca, embora o tentem esconder, deixam de estar conscientes - do quê? De que a vida é assim, ao que parece. Cinco rostos opostos - cinco rostos maduros - e o conhecimento em cada um. Por enquanto que seja, como as pessoas querem disfarçar isso! Em todos esses rostos há sinais de reticências: boca fechada, olhos sombrios, cada um dos cinco fazendo alguma coisa para ocultar ou estultificar seu conhecimento. Um fuma; outro lê; um terceiro confere anotações numa agenda; um quarto estuda o mapa da linha pendurado defronte; e o quinto - o que há de terrível em relação ao quinto é que ela não faz absolutamente nada. Fica vendo a vida. Ah, minha pobre, infeliz mulher, não deixe de entrar no jogo - e, em atenção a todos nós, disfarce bem!
(Um romance não escrito, Virginia Woolf)
(Um romance não escrito, Virginia Woolf)
Monday, June 05, 2006
Die erste Elegie
Ó beleza! Onde está tua verdade?
Beleza que grita em minha alma
E me cala embora com a boca cheia de furor!
Avassaladora, enaltecida beleza,
Formosura que a todos chama e provoca temor.
Beleza, loucura pétrea a que me resigno.
Ó beleza! Princípio do espanto!
Die erste Elegie
(Rainer Maria Rilke)
"Wer, wenn ich schriee, hörte mich denn aus der Engel
Ordnungen? und gesetzt selbst, es nähme
einer mich plötzlich ans Herz: ich verginge von seinem
stärkeren Dasein. Denn das Schöne ist nichts
als des Schrecklichen Anfang, den wir noch grade ertragen,
und wir bewundern es so, weil es gelassen verschmäht,
uns zu zerstören. Ein jeder Engel ist schrecklich.
Und so verhalt ich mich denn und verschlucke den Lockruf
dunkelen Schluchzens. Ach, wen vermögen
wir denn zu brauchen? Engel nicht, Menschen nicht,
und die findigen Tiere merken es schon,
daß wir nicht sehr verläßlich zu Haus sind
in der gedeuteten Welt. Es bleibt uns vielleicht
irgendein Baum an dem Abhang, daß wir ihn täglich
wiedersähen; es bleibt uns die Straße von gestern
und das verzogene Treusein einer Gewohnheit,
der es bei uns gefiel, und so blieb sie und ging nicht".
A primeira Elegia
(Rainer Maria Rilke)
"Se gritasse, quem das legiões de anjos escutaria
o grito? E mesmo se, inesperadamente,
um deles me acolhesse no coração: sucumbiria à sua
existência mais forte! Pois o belo não é senão
o princípio do espanto que mal conseguimos suportar,
e ainda assim, o admiramos porque, sereno,
deixa de nos destruir. Todo anjo é espantoso.
E por isso me contenho e refreio o apelo
de um soluço obscuro. Então quem
nos poderia valer? Anjos, não, homens, não,
e os animais inventivos logo se apercebem
de que não nos sentimos muito em casa
no mundo das explicações. Resta-nos talvez
uma árvore na encosta, para vermos e revermos
todos os dias. Resta-nos a estrada de ontem
e o apelo mimado de um hábito
que por nós se afeiçoou, permaneceu e não foi embora".
Beleza que grita em minha alma
E me cala embora com a boca cheia de furor!
Avassaladora, enaltecida beleza,
Formosura que a todos chama e provoca temor.
Beleza, loucura pétrea a que me resigno.
Ó beleza! Princípio do espanto!
Die erste Elegie
(Rainer Maria Rilke)
"Wer, wenn ich schriee, hörte mich denn aus der Engel
Ordnungen? und gesetzt selbst, es nähme
einer mich plötzlich ans Herz: ich verginge von seinem
stärkeren Dasein. Denn das Schöne ist nichts
als des Schrecklichen Anfang, den wir noch grade ertragen,
und wir bewundern es so, weil es gelassen verschmäht,
uns zu zerstören. Ein jeder Engel ist schrecklich.
Und so verhalt ich mich denn und verschlucke den Lockruf
dunkelen Schluchzens. Ach, wen vermögen
wir denn zu brauchen? Engel nicht, Menschen nicht,
und die findigen Tiere merken es schon,
daß wir nicht sehr verläßlich zu Haus sind
in der gedeuteten Welt. Es bleibt uns vielleicht
irgendein Baum an dem Abhang, daß wir ihn täglich
wiedersähen; es bleibt uns die Straße von gestern
und das verzogene Treusein einer Gewohnheit,
der es bei uns gefiel, und so blieb sie und ging nicht".
A primeira Elegia
(Rainer Maria Rilke)
"Se gritasse, quem das legiões de anjos escutaria
o grito? E mesmo se, inesperadamente,
um deles me acolhesse no coração: sucumbiria à sua
existência mais forte! Pois o belo não é senão
o princípio do espanto que mal conseguimos suportar,
e ainda assim, o admiramos porque, sereno,
deixa de nos destruir. Todo anjo é espantoso.
E por isso me contenho e refreio o apelo
de um soluço obscuro. Então quem
nos poderia valer? Anjos, não, homens, não,
e os animais inventivos logo se apercebem
de que não nos sentimos muito em casa
no mundo das explicações. Resta-nos talvez
uma árvore na encosta, para vermos e revermos
todos os dias. Resta-nos a estrada de ontem
e o apelo mimado de um hábito
que por nós se afeiçoou, permaneceu e não foi embora".
Sunday, June 04, 2006
After Hours
After Hours
(Velvet Underground)
one, two, three...
If you close the door
the night could last for ever
leave the sunshine out and say 'hello' to never
all the peolple are dancing and they're having such fun
I wish it could happen to me
but if you close the door
I'll never have to see the day again
if you close the door
the night could last for ever
leave the wineglass out
and drink a toast to never
Oh! someday I know someone will look into my eyes
and say 'hello'
you are my very special one
but if you close the door
I'll never have to see the day again
Dark cloudy bars
Shiny Cadillac cars
and the people are in subways and trains
looking grey under rain as they stand disarrayed
all the people look over in the dark
and if you close the door
the night could last for ever
leave the sunshine out and say 'hello' to never
all the peolple are dancing and they're having such fun
I wish it could happen to me
'cause if you close the door
I'll never have to see the day again
I'll never have to see the day again
(once more)
I'll never have to see the day again
Friday, June 02, 2006
Paulicéia Desvairada
Quando sinto a impulsão lírica, escrevo, sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada. Arte que, somada a Lirismo, dá Poesia, não consiste em prejudicar a doida carreira do estado lírico para avisá-lo das pedras e cercas de arame no caminho: deixe que tropece, caia e se fira. Arte é mondar mais tarde o poema de repetições fastientas, de sentimentalidades românticas, de pormenores inúteis ou inexpressivos. Que Arte porém não seja limpar versos de exageros coloridos.
(Prefácil de Paulicéia Desvairada, Mário de Andrade)
(Prefácil de Paulicéia Desvairada, Mário de Andrade)
Subscribe to:
Posts (Atom)