Nobody has ever measured, not even poets, how much the heart can hold.
-- Zelda Fitzgerald --
To see a world in a grain of sand and heaven in a wild flower Hold infinity in the palms of your hand and eternity in an hour (William Blake)
Friday, March 31, 2006
Thursday, March 30, 2006
Triunfo
Ah não me deixes nunca andar sozinho,
Mas dá-me sempre, em aflição tamanha,
Um pouco de consolo e de carinho.
Ó meu sonho de amor, tu me acompanha
Por esta vida, às vezes tão escura,
Por esta vida, às vezes tão estranha.
E embora a gente humana te não louve,
Hás de viver contente, conhecendo
Que Polímnia te inspira e Apolo te ouve.
Assim falou e a flama em que me acendo
Dentro do coração ia aumentando
Enquanto a doce voz ia gemendo.
E ela, que de Cupido segue o mando,
Cortou no bosque os ramos duradouros
E co'um sorriso milagroso e brando
Me coroou de mirtos e de louros.
(José de Abreu Albano)
"José de Abreu Albano foi um altíssimo poeta, escreveu um dos mais belos sonetos da língua portuguesa e de todas as línguas, viveu perfeitamente feliz dentro do seu sonho, na loucura que Deus lhe deu e na miséria que foi a criação de sua própria mão perdulária." (Manuel Bandeira, Flauta de Papel)
Mas dá-me sempre, em aflição tamanha,
Um pouco de consolo e de carinho.
Ó meu sonho de amor, tu me acompanha
Por esta vida, às vezes tão escura,
Por esta vida, às vezes tão estranha.
E embora a gente humana te não louve,
Hás de viver contente, conhecendo
Que Polímnia te inspira e Apolo te ouve.
Assim falou e a flama em que me acendo
Dentro do coração ia aumentando
Enquanto a doce voz ia gemendo.
E ela, que de Cupido segue o mando,
Cortou no bosque os ramos duradouros
E co'um sorriso milagroso e brando
Me coroou de mirtos e de louros.
(José de Abreu Albano)
"José de Abreu Albano foi um altíssimo poeta, escreveu um dos mais belos sonetos da língua portuguesa e de todas as línguas, viveu perfeitamente feliz dentro do seu sonho, na loucura que Deus lhe deu e na miséria que foi a criação de sua própria mão perdulária." (Manuel Bandeira, Flauta de Papel)
Wednesday, March 29, 2006
the brain imaging mania
In every lab now in the United States, in every corner, there's an fMRI being done, an EEG being done. There is this brain imaging mania. It's almost become like a voyeuristic phrenology, harking back to the 19th century, to see what lobe is doing what.
(Entrevista com Professor V.S. Ramachandran)
(Entrevista com Professor V.S. Ramachandran)
Monday, March 27, 2006
Humanität
Nove dias antes de sua morte, Emmanuel Kant recebeu a visita de seu médico. Velho, doente e quase cego, levantou-se da cadeira e ficou em pé, tremendo de fraqueza e murmurando palavras ininteligíveis. Finalmente, seu fiel acompanhante compreendeu que ele não se sentaria antes que sua visita o fizesse. Este assim fez e só então Kant deixou-se levar para sua cadeira e, depois de recobrar um pouco as forças, disse: "Das Gefühl für Humanität, hat mich noch nicht verlassen" - "O senso de humanidade ainda não me deixou". Os dois homens comoveram-se até às lágrimas. Pois, embora a palavra Humanität apresentasse, no século XVIII, um significado quase igual a polidez ou civilidade, tinha, para Kant, uma significação muito mais profunda, que as circunstâncias do momento serviram para enfatizar: a trágica e orgulhosa consciência no homem de princípios por ele mesmo aprovados e auto-impostos, contrastando com sua total sujeição à doença, à decadência, e a tudo o que implica o termo "mortalidade".
(Erwin Panodsky, Significado nas Artes Visuais)
(Erwin Panodsky, Significado nas Artes Visuais)
Sunday, March 26, 2006
Elizabeth Barrett Browning
How do I love thee? Let me count the ways. I love thee to the depth and breadth and height My soul can reach, when feeling out of sight For the ends of Being and ideal Grace. I love thee to the level of everyday's Most quiet need, by sun and candle-light. I love thee freely, as men strive for Right; I love thee purely, as they turn from Praise. I love thee with the passion put to use In my old griefs, and with my childhood's faith. I love thee with a love I seemed to lose With my lost saints!---I love thee with the breath, Smiles, tears, of all my life!---and, if God choose, I shall but love thee better after death. (Elizabeth Barrett Browning - #43, Sonnets from the Portuguese) |
Saturday, March 25, 2006
haicai
Faltava à minha coleção algum haicai. Acabo de achar vários agora, e estupendos, onde menos esperava: num livro de fórmulas de toilette para mulheres.
Alguns exemplos:
Que brilho verbal, que surpresa para o ouvido na sonoridade seca da palavra álcool depois da musicalidade um pouco solta dos dois primeiros versos e desfazendo num como acorde suspensivo a cadência perfeita do verso bórax.
(Manuel Bandeira - Fragmentos, Crônicas da província do Brasil)
Alguns exemplos:
Água de rosas Glicerina Bórax Álcool |
Que brilho verbal, que surpresa para o ouvido na sonoridade seca da palavra álcool depois da musicalidade um pouco solta dos dois primeiros versos e desfazendo num como acorde suspensivo a cadência perfeita do verso bórax.
(Manuel Bandeira - Fragmentos, Crônicas da província do Brasil)
dreams
"I'm sick of following my dreams. I'm just going to ask them where they're going and hook up with them later."
-- Mitch Hedberg --
-- Mitch Hedberg --
Religião Brasileira
- Como se descreve essa pintura?
- No sentido abstrato, meu caro.
Abstrato? Ah, sim! A palavra, por não explicar nada, esclarece tudo.
(Manuel Bandeira - Társila Antropófaga, Crônicas da província do Brasil)
- No sentido abstrato, meu caro.
Abstrato? Ah, sim! A palavra, por não explicar nada, esclarece tudo.
(Manuel Bandeira - Társila Antropófaga, Crônicas da província do Brasil)
Thursday, March 23, 2006
Niilismo
niilismo
do Lat. nihil, nada
Niilismo é a crença de que todos os valores não possuem base, e que nada pode ser sabido ou cominicado. É geralmente associado ao pessimismo extremo e um cepticismo radical que condena a existência. Concebe a existência humana como desprovida de qualquer sentido.
Essa corrente foi popularizada primeiramente na Rússia do século XIX, como reação de alguns intelectuais russos, mormente socialistas e anarquistas, à lentidão dos czares em promover as desejadas reformas democráticas.
do Lat. nihil, nada
Niilismo é a crença de que todos os valores não possuem base, e que nada pode ser sabido ou cominicado. É geralmente associado ao pessimismo extremo e um cepticismo radical que condena a existência. Concebe a existência humana como desprovida de qualquer sentido.
Essa corrente foi popularizada primeiramente na Rússia do século XIX, como reação de alguns intelectuais russos, mormente socialistas e anarquistas, à lentidão dos czares em promover as desejadas reformas democráticas.
Aquele que luta contra monstros deve cuidar-se para não torna-se um monstro no processo. E quando olhar persistentemente para um abismo, o abismo olhará de volta para você. (Friedrich Nietzsche) |
livro
O livro de que mais gostei?
Ah! professor, na minha idade gosta-se de tudo, e gosta-se de tudo com o mesmo ardor e entusiasmo.
(Manuel Bandeira, Leituras de Mocinhas - Crônicas da província do Brasil)
Ah! professor, na minha idade gosta-se de tudo, e gosta-se de tudo com o mesmo ardor e entusiasmo.
(Manuel Bandeira, Leituras de Mocinhas - Crônicas da província do Brasil)
Wednesday, March 22, 2006
lonly dance
No matter how close to yours another's steps have grown, in the end there is one dance you'll do alone.
-- Jackson Browne --
-- Jackson Browne --
Tuesday, March 21, 2006
Romance do Beco
O marinheiro triste debruçou-se à janela do apartamento 54, olhou a paisagem de mares e montanhas equilibrada sobre telhados sujos e afinal, como sempre, acabou descaindo a vista na calçada do beco. Mas desta vez foi diferente, porque o homem desceu apressado os cinco lances de escadas do edifício e foi escrever no paredão do convento o "Poema do beco".
(Manuel Bandeira, Crônicas da província do Brasil)
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? O que eu vejo é o beco. |
(Manuel Bandeira, Crônicas da província do Brasil)
Thursday, March 16, 2006
instinto
INSTINTO
(Raul de Leoni Ramos)
Glória ao Instinto, a lógica fatal
Das cousas, lei eterna da criação,
Mais sábia que o ascetismo de Pascal,
Mais bela do que o sonho de Platão!
Pura sabedoria natural
Que move os seres pelo coração,
Dentro da formidável ilusão,
Da fantasmagoria universal!
És a minha verdade, e a ti entrego,
Ao teu sereno fatalismo cego,
A minha linda e trágica inocência!
Ó soberano intérprete de tudo,
Invencível Edipo, eterno e mudo,
De todas as esfinges da Existência!...
(Raul de Leoni Ramos)
Glória ao Instinto, a lógica fatal
Das cousas, lei eterna da criação,
Mais sábia que o ascetismo de Pascal,
Mais bela do que o sonho de Platão!
Pura sabedoria natural
Que move os seres pelo coração,
Dentro da formidável ilusão,
Da fantasmagoria universal!
És a minha verdade, e a ti entrego,
Ao teu sereno fatalismo cego,
A minha linda e trágica inocência!
Ó soberano intérprete de tudo,
Invencível Edipo, eterno e mudo,
De todas as esfinges da Existência!...
Wednesday, March 15, 2006
memories
Obviously the facts are never just coming at you but are incorporated by an imagination that is formed by your previous experience. Memories of the past are not memories of facts but memories of your imaginings of the facts.
-- Philip Roth --
-- Philip Roth --
Monday, March 13, 2006
books
Some books are to be tasted, others to be swallowed, and some few to be chewed and digested.
-- Francis Bacon, Essay--Of Studies --
-- Francis Bacon, Essay--Of Studies --
Wednesday, March 08, 2006
chauvinista
do Fr. Nicolau Chauvin
s. 2 gén., pessoa de nacionalismo e patriotismo exagerados, que os defende de uma forma agressiva.
O termo derivou de Nicolas Chauvin, o nome de um soldado de Napoleão Bonaparte, devido à sua paixão fervorosa pelo seu Imperador. Nicolas Chauvin foi ferido 17 vezes nas guerras Napoleonicas e, mesmo assim, continuou a lutar pela França.
s. 2 gén., pessoa de nacionalismo e patriotismo exagerados, que os defende de uma forma agressiva.
O termo derivou de Nicolas Chauvin, o nome de um soldado de Napoleão Bonaparte, devido à sua paixão fervorosa pelo seu Imperador. Nicolas Chauvin foi ferido 17 vezes nas guerras Napoleonicas e, mesmo assim, continuou a lutar pela França.
Thursday, March 02, 2006
truth
"The truth is always a compound of two half-truths, and you never reach it, because there is always something more to say."
-- Tom Stoppard --
-- Tom Stoppard --
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