Thursday, April 06, 2006

Viola de Bolso



Mallarmé gostava de redigir em versos os endereços de suas cartas. E não desdenhava desses nadas encantadores, pois certa vez publicou alguns na revista norte-americana The Chap Book, e até pensou em editar uma plaquete mais desenvolvida e com ilustrações da esposa de Whistler. Todavia, só depois da morte do poeta saíram em letra de forma os Vers de circonstance, onde vêm, não só endereços, mas também versos escritos em leques, fotografias, ovos de Páscoa, livros, etc. Tudo isso feito "por puro sentimento estético" e, como desses breves poemas disse Jean Royère - igualando em complexidade e ironia "les morceaux classés". De fato: há tanto de Mallarmé no "Prélude à l'après-midi d'un faune" como nos endereços das cartas do poeta a Mme. Méri Laurent.
(...)

(Viola de Bolso, Flauta de Papel - Manuel Bandeira)

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