Wednesday, October 04, 2006

Objetos e Signos na Linguagem

Em seu Cours de linguistique générale, Saussure se coloca como um dos mais firmes críticos daqueles que entendem a linguagem como nomenclatura. A linguagem não é constituída fundamentalmente por nomes dados às coisas. Que objetos diferentes sejam designados cavalo, mesa ou árvore não passa de um acidente - prova está, que podem ser chamados de horse, table ou tree, ou ainda de Pferd, Tisch ou Baum. O signo lingüístico não é constituído pela união de uma coisa e um nome mas pela união de um conceito e uma imagem acústica. Na opinião de Safouan, "se um objeto pudesse, ou o que quer que fosse, ser o termo sobre o qual está fixado o signo, a lingüística cessaria instantaneamente de ser o que é, desde o ápice até a base". Poderíamos acrescentar que não apenas a lingüística deixaria de existir, mas que a própria linguagem seria atingida no seu ponto essencial: o da arbitrariedade do signo.

Se fosse possível estabelecer uma relação fixa entre o objeto e o signo, a linguagem seria transformada num mero sistema de sinais análogo aos que se estabelecem no mundo animal. O que o signo lingüístico une é um significado e um significante, e é precisamente esta união que é apontada como arbitrária, como não natural. Esse princípio da arbitrariedade do signo faz da linguagem um sistema de relações no interior do qual há apenas diferenças. Nem o significante, nem o significado são determinados de antemão, o que leva Robert Godel a afirmar que não há inicial na língua.

(Introdução à Metapsicologia Freudiana, Luiz Alfredo Garcia-Roza)

1 comment:

Anonymous said...

essas coisas de origem e etc são confusas demais. eu sou mais pegar uma palavra, juntar com outra, e ver no que isso tudo dá.